quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Refúgios e reencontros...Das brumas e do mar.


"A pilhagem, a redução do espaço e o esmagamento da natureza instintiva feminina... à semelhança da fauna silvestre e das florestas virgens... seus refúgios destruídos e seus ciclos naturais transformados à força em ritmos artificiais para agradar os outros".

Com esta introdução, Clarissa Pinkola Estès (Mulheres que Correm com os Lobos) nos convida ao redescobrimento do espaço do feminino, esmagado culturalmente nas mulheres e reprimido nos homens.
O processo de garimpo vem através do mundo das histórias tradicionais cantadas, resgatadas em laborioso trabalho de arqueologia cultural, depurados dos seus processos de degeneração "purificadora" por motivos religiosos e patriarcais.*
Estas antigas histórias, geralmente contadas pelas mulheres, são o roteiro da mina escondida que revelam pistas e abrem portas secretas para o reencontro com a velha sabedoria que se perdeu e transformou a mulher moderna, em um borrão de atividade.
A inquietante revelação guarda semelhança com o registro feito em Brumas de Avalon, que narra o esmagamento da cultura dos povos antigos, em que a intuição feminina, a magia e a alquimia tinham centro, pela dominação patriarcal romana e religiosa...
Estes desvelamentos me encontraram em tempos diferentes, de busca desta alma, em meio a lágrimas e intensidades e talvez, possam despertar conectar outras mulheres e homens... através de histórias, recantos e desacatos...

* Segundo Estés, no caso dos irmãos Grimm e outros colecionadores de contos de fadas dos últimos séculos, existe forte suspeita de que "purificavam" as histórias, cobrindo antigos símbolos pagãos com outros cristãos; os elementos sexuais eram omitidos, encobrindo mitos que explicavam mistérios antiquíssimos das mulheres. (p.31)



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