Impressionante a reação de petistas a Marta Suplicy!
Se ela queria notoriedade com sua saída, consegue pelas vozes dos petistas.
De repente, a ex-prefeita de São Paulo e ex-ministra do governo Dilma foi revelada como de "classe média branca" e conservadora.
Algo parecido aconteceu com Marina Silva e Erundina.
Não por acaso, todas mulheres.
Se ontem, foram defendidas; hoje, são rechaçadas.
Suas virtudes, de outrora, parecem que dissipam-se na porta de saída do partido.
Ou seja, coroa-se, aqui,um partido portador de virtudes ontológicas que unge os que assinam sua ficha de filiação - vide Andres Sanchez, mega-empresário do futebol - e relega ao purgatório todos que ousam deixa-lo.
Esta mesma cantilena foi repetida na campanha udenista do PT, pós impeachment de Collor: "será que a gente é tão diferente, ou são os outros é que são tão iguais"...
A diferenciação ética e o apartamento dos "demais, pobres mortais", em certa esquerda ( que não é só privilégio do PT) sempre flertou com as ideologias totalizantes.
Perigoso caminho para quem precisa, urgentemente, retomar as pontes de comunicação social e que abriga, no seio de seu governo, tantos conservadores.
segunda-feira, 27 de abril de 2015
domingo, 26 de abril de 2015
AS MARCHAS DE JUNHO DE 2013 AINDA SÃO ATUAIS
Em meio a pautas difusas, os jovens que estiveram nas ruas e reabriram as portas da insatisfação social - acompanhada, nos anos seguintes, por diversos movimentos - questionavam a representatividade da democracia, ora estabelecida.
Foram adjetivados de ingênuos, despolitizados e até, alienados.
Pois bem, quando a Câmara Federal age com violência para impedir a manifestação dos trabalhadores contra a terceirização, o governador de SP impede manifestações no MASP, o prefeito de Goiânia usa de violência contra a greve dos professores e no PR, grades são reforçadas, na Assembleia Legislativa, para impedir que os funcionários públicos acompanhem a votação do pacotaço do governo estadual, você ainda insiste em dizer que "as marchas de junho" eram só por vinte centavos?
Como convencer os jovens de que votar vale a pena?
Foram adjetivados de ingênuos, despolitizados e até, alienados.
Pois bem, quando a Câmara Federal age com violência para impedir a manifestação dos trabalhadores contra a terceirização, o governador de SP impede manifestações no MASP, o prefeito de Goiânia usa de violência contra a greve dos professores e no PR, grades são reforçadas, na Assembleia Legislativa, para impedir que os funcionários públicos acompanhem a votação do pacotaço do governo estadual, você ainda insiste em dizer que "as marchas de junho" eram só por vinte centavos?
Como convencer os jovens de que votar vale a pena?
sábado, 25 de abril de 2015
A NEGAÇÃO DA CRISE E A RIBALTA DE RENAN CALHEIROS
O anúncio tardio de que o Brasil vive uma crise econômica e
necessita de Ajuste Fiscal, feito logo após as eleições – ainda que negado pelo
governismo, durante toda a campanha eleitoral, que preferiu adjetiva-la como alarmismo da
Mídia - tem produzido um roteiro momesmo
na dramaturgia política.
Ao abortar a possibilidade de que o debate de saídas para a crise,
já conhecida, fosse feito de forma aberta na campanha eleitoral e preferindo as
vagas pregações do “nem que a vaca tussa” e “mudar para continuar avançando”, a
campanha eleitoral da presidenta Dilma retirou o protagonismo do governo e
abriu espaço para novos personagens que disputam a paternidade da saída para o
país.
O Ajuste Fiscal, que corta de um lado só, idealizado pelo
discípulo de Armínio Fraga, e defendido por Dilma e Lula, vem acompanhado de outra
iniciativa mais aguda, que pode alterar estruturalmente o mundo do trabalho e
do emprego: a terceirização das atividades-fim, aprovada na Câmara, com o apoio
de parte da coalizão governista e a decisão do STF que estende esta
precarização ao serviço público, com o voto majoritário dos Ministros escolhidos
por Dilma e Lula.
Em meio à indefinição programática do governo eleito,
Ministros de Estado, como Armando Monteiro (do PTB) e Jacques Wagner (do PT)
saem em defesa da terceirização, buscando reduzir os custos da crise para o
Capital, enquanto o BC garante os lucros do rentismo financeiro com a alta de
juros ( também negada na campanha eleitoral).
Governadores e prefeitos aproveitam-se do clima de “contenção
de gastos públicos” do Planalto para produzir arrochos, na esfera local.
Centrais sindicais e sindicatos retomam as mobilizações e
greves e ganham como aliado Renan Calheiros, em discurso contundente contra a
retirada de direitos, disposto a medir forças com Eduardo Cunha.
Oportunistas, gritam todos!
É verdade, mas é inegável que a porta desta “oportunidade” foi
escancarada pela tibieza do governo, do qual, inclusive, fazem parte.
Foi assim quando o governo federal foi contrário aos 10% do
PIB para a educação e depois, emendou-o com a destinação de recursos públicos
para instituições privadas.
Parlamentares do DEM e do PSDB ocuparam o microfone para
defender “10% do PIB para a educação pública”.
Ora, a oposição passou a defender bandeiras, que outrora não
defendia e o governo a imitou, mudando a pauta, ou vice-versa?
Para os trabalhador@s
a questão crucial é quem apoiará seus direitos.
Em tempos de crise, defender virtude de sacrifício só de um
lado, não é coragem, e sim, covardia e dissimulação.
terça-feira, 21 de abril de 2015
TERCEIRIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA-
A aprovação, pelo STF, da possibilidade de contratação de
Organizações Sociais - entidades privadas- para prestarem serviços nas áreas de
ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, meio ambiente,
cultura e saúde, combinada à possibilidade de aprovação do PL da Terceirização
aprofunda o fosso da desestruturação do mundo do trabalho e avança seus
tentáculos para o emprego público e as carreiras por concurso.
O julgamento de uma Ação proposta, em 1998, "pelo PT e
pelo PDT que buscava derrubar uma lei, aprovada durante o governo do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que permitia parcerias com
organizações sociais para a prestação de serviços públicos" G1), ganhou
celeridade,agora.
Ao que parece, o tempo presente tem sido pródigo em ir além do
que os tempos mais duros do neoliberalismo não lograram, no passado, e
curiosamente, com novos personagens.
Foi de dentro do governo federal, no ano passado, que surgiu a
defesa de contratação de professores e pesquisadores via Organizações Sociais,
como divulgado pela EBC:
"Como forma de atrair estrangeiros e jovens pesquisadores
para instituições de ensino superior, o governo federal estuda a contratação
deles por meio de organizações sociais (OS). A proposta tem o aval do
Ministério da Educação e foi apresentada hoje (22) pelo presidente da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge
Almeida Guimarães, no simpósio internacional Excelência no Ensino Superior, no
Rio de Janeiro."
Talvez isto explique (?) o fato de que foram os Ministros do
STF, indicados por Lula e Dilma, que definiram a aprovação de mais uma brecha
na administração e no emprego público.
Votos favoráveis:
Celso de Mello (Sarney)
Gilmar Mendes (FHC)
Carmén Lúcia (Lula)
Ricardo Lewandowski (Lula)
Luiz Fux (Dilma)
Teori Zavascki (Dilma)
e também o ex-ministro Ayres Britto (Lula)
Os únicos votos contrários foram de Marco Aurélio (indicado por
Collor) e Rosa Weber (indicada por Dilma).
FINANCIAMENTO PRIVADO DE CAMPANHA: entre o essencial, o secundário e as (supostas) hipocrisias.
Há tempos, o tema de financiamento privado
de campanhas vem sendo objeto de acaloradas discussões.
Sob o caldo das denúncias, largamente
divulgadas na Mídia, a condenação ao patrocínio de empresas privadas nas
campanhas eleitorais tornou-se a palavra de ordem de vários setores.
A este respeito, a OAB ingressou com ação
direta de inconstitucionalidade contra doações de empresas privadas a
candidatos e a partidos políticos, que já obteve maioria dos votos do STF, mas
encontra-se, há mais de um ano, engavetada, por desejo absoluto de Gilmar
Mendes.
Em
outra ponta, Eduardo Cunha tenta desengavetar a Reforma Política para dar-lhes
ares de Contrarreforma e defende a legitimidade do financiamento privado.
Um e
outro nominam este veto como hipocrisia, e alegam que o "financiamento
público" beneficiaria quem está no poder, numa clara manobra discursiva
destinada a confundir a opinião pública entre o que é Estatal e o que é
governamental.
Enquanto isto, a esquerda disputa a legitimidade da pauta e ingressa num perigoso
debate a decidir quem é mais verdadeiro, em seus propósitos.
Depois
da divulgação de Resolução do Diretório Nacional do PT que proíbe o financiamento
privado aos diretórios do partido, mas não estende sua decisão aos candidatos,
vários foram os questionamentos sobre a efetividade desta posição parcial.
Alguns,
dentro do próprio PT, questionam se isto não seria ingenuidade, pois ao adotar
uma medida unilateral, sem a Reforma Política, o PT adentraria o terreno da
desigualdade de condições de disputa. Outros, temem o acirramento da competição
interna entre candidatos, com maior ou
menor poder “arrecadatório”.
Do
PSOL, vieram questionamentos sobre a "parcialidade" da decisão, uma
vez que os candidatos poderão continuar a receber as doações empresariais.
As
respostas, dirigidas aos psolistas, recordaram que Luciana Genro aceitou, em
sua campanha à prefeitura de Porto Alegre, doação de 100 mil reais da Gerdau,
ferindo o que dispõe o Estatuto do Partido:
"Não serão aceitas contribuições e doações financeiras
provindas, direta ou indiretamente, de empresas multinacionais, de empreiteiras
e de bancos ou instituições financeiras nacionais e/ou estrangeiros."
Entre o equivoco de Luciana Genro e o caminho que o PT, agora
parece buscar rever, inclusive, com a possível modificação do seu Estatuto,
resta o mundo real que permanece em suas contradições, do lado de fora.
A contradição concreta, e não meramente discursiva, é que
sem o fim do Financiamento Privado, as condições de disputa eleitoral
continuarão definidas pelo Poder Econômico.
Se o PT lograr a modificação das suas regras coletivas e
proibir a arrecadação de empresas, para o partido e os candidatos, o PSOL não
poderá mais orgulhar-se de ser um dos poucos partidos a fazê-lo. Tampouco, os
petistas poderão alegar, como a maioria sempre fez, que os
"esquerdistas" são ingênuos e puristas e não entendem que para
disputar o jogo eleitoral é preciso aceitar suas regras, inclusive de
financiamento.
Talvez, este seja um dos saldos positivos: o esfriamento
destas mútuas acusações (outras, sem dúvida, surgirão).
A pergunta, contudo, é: o que isto, efetivamente, muda na
disputa e no sistema eleitoral, sem reforma estrutural?
Afinal, há muito mais coisas entre o céu e terra que a
prodigiosa disputa de torcidas entre os partidários da esquerda.
Cunha, Levy e Gilmar Mendes que o digam - e realizem!.
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Militantes de carne e osso... sentimentos e lágrimas
"Os operários da Fiat são homens de carne e osso. Resistiram por um mês, completamente ilhados na Nação [...] Não há vergonha nessa derrota [...] Não abusem demais da resistência e da virtude de sacrifício do proletariado, trata-se de homens, homens reais, submetidos às mesmas fraquezas de todos os homens comuns que passam nas ruas, que bebem nos bares, que conversam em grupinhos nas praças, que se cansam, que têm fome e sentem frio, que se comovem ao sentir chorar os seus filhos e lamentar amargamente suas mulheres. Nosso otimismo revolucionário foi sempre substanciado por esta visão cruamente pessimista da realidade humana, com a qual, inexoravelmente, é preciso ajustar contas. "(GRAMSCI)
Desde sempre, em tempos de dificuldades, é comum prosperarem as contendas internas, as disputas no mesmo campo.
É tempo de admitir que a crise, as dúvidas, as incertezas marcam a todos nós e este momento só será ultrapassado de forma coletiva e irmanada, não obstante, eventuais diferenças.
Tenho firmado a convicção que devemos lutar sempre por uma sociedade mais justa, humana e solidária sem desumanizar as formas de luta, sem ignorar as condições subjetivas de existência, as dores, os medos, os sentimentos...
Espero que possamos seguir corajosos, confiantes mas fundamentalmente, sensíveis, solidários e fraternos...
Muito prazer....
"A pilhagem, a redução do espaço e o esmagamento da natureza instintiva feminina... à semelhança da fauna silvestre e das florestas virgens... seus refúgios destruídos e seus ciclos naturais transformados à força em ritmos artificiais para agradar os outros".
(Clarissa Pinkola Estès; Mulheres que Correm com os Lobos)
Em algum canto da alma, em algum recanto de jardim, o desacato feminino, intuitivo e passional se esgueira, espreita, insinua....
Docilizado, nos tempos das mulheres obedientes; sufocado, nos tempos das independentes...Reprimido nos meninos, desde a tenra idade.
O feminino oculta-se mas, não desaparece como parte da inteireza humana.
Renasce e atreve-se a cada encontro com a paisagem, com o mar, com o cheiro de terra, com a musica que toca, a poesia que encanta, o fogo que arde, a alquimia dos alimentos e ervas e a forja das artes...
Aqui um lugar para os redescobrimentos partilhados da sensibilidade subjugada, da magia reprimida, da intuição racionalizada...
(Clarissa Pinkola Estès; Mulheres que Correm com os Lobos)
Em algum canto da alma, em algum recanto de jardim, o desacato feminino, intuitivo e passional se esgueira, espreita, insinua....
Docilizado, nos tempos das mulheres obedientes; sufocado, nos tempos das independentes...Reprimido nos meninos, desde a tenra idade.
O feminino oculta-se mas, não desaparece como parte da inteireza humana.
Renasce e atreve-se a cada encontro com a paisagem, com o mar, com o cheiro de terra, com a musica que toca, a poesia que encanta, o fogo que arde, a alquimia dos alimentos e ervas e a forja das artes...
Aqui um lugar para os redescobrimentos partilhados da sensibilidade subjugada, da magia reprimida, da intuição racionalizada...
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